Uma técnica poderosa para otimizar o gerenciamento de dados em aplicações frontend é a normalização de dados. Esse conceito, amplamente utilizado em bancos de dados, também traz grandes benefícios quando aplicado no estado de aplicações de interface do usuário (UI).
Objetivos da normalização de dados:
- Desempenho otimizado no acesso aos dados
- Estrutura de armazenamento eficiente
- Alta legibilidade e manutenção do código
Quando os dados armazenados no estado seguem uma estrutura unificada, a legibilidade do código e a facilidade de manutenção são significativamente melhoradas.
A normalização de dados opera com base em “formas normais”. Embora existam sete formas normais no total, no contexto de aplicações UI, geralmente utilizamos a primeira (1FN), segunda (2FN) e, em alguns casos, a terceira forma normal (3FN).
Exemplos de normalização
Inicialmente, podemos ter um objeto simples que não está normalizado:
{
id: "1",
name: "Jake Peralta",
job: {
id: "DTC",
title: "Detective",
department: "99th Precinct"
},
location: { code: "NY", name: "New York" }
}
Vamos otimizar esse objeto aplicando a primeira forma normal.
Primeira forma normal
Principais Regras:
- Dados devem ser atômicos.
- Deve haver uma chave primária para identificar cada registro.
Para cumprir essas regras, removemos o aninhamento de objetos e convertemos os dados para uma estrutura atômica (remover os aninhamentos):
{
id: "1",
name: "Jake Peralta",
job_id: "DTC",
job_title: "Detective",
job_department: "99th Precinct",
city_code: "NY",
city_name: "New York",
}
Agora, todos os campos são atômicos e a chave primária é representada pelo id
.
Segunda forma normal
Principais Regras:
- A estrutura precisa estar em 1FN.
- Campos que não são chaves primárias devem depender unicamente da chave primária.
Neste caso, observamos que campos como job_title
e job_department
dependem do job_id
, mas também do usuário. Para corrigir isso, criamos tabelas separadas para cada entidade:
const users = {
"1": {
name: "Jake Peralta",
job_id: "DTC",
city_id: "NY",
}
}
const jobs = {
"DTC": {
title: "Detective",
department: "99th Precinct"
}
}
const user_jobs = { "1": "DTC" }
const cities = { "NY": "New York" }
Essa separação garante que cada entidade dependa exclusivamente de sua própria chave primária.
Terceira forma normal
Principais Regras:
- A estrutura precisa estar em 2FN.
- Campos que não são chaves primárias devem depender apenas da chave primária da entidade.
Na estrutura atual, o campo department
em jobs
pode não estar diretamente relacionado ao job_id
. Para resolver isso, criamos uma tabela adicional para o departamento:
const jobs = { "DTC": "Detective" }
const department = { "DTC": "99th Precinct" }
A terceira forma normal (3FN) pode ser excessiva em alguns casos. Normalmente, a segunda forma normal (2FN) é suficiente para aplicações frontend, mas a escolha final depende das necessidades específicas do seu projeto.
Conclusão
Aplicar normalização às estruturas de dados no frontend pode melhorar significativamente a eficiência, legibilidade e manutenção do seu código, além de prevenir problemas relacionados a dados duplicados ou inconsistências ao longo da aplicação.